De todos os santos velados
De tantos murmúrios sagrados
As mãos, postas, em vão
Almejam tocar o sacro coração
E a culpa velada, de velas
a luz torpe por altas janelas
e o incenso que arde
arde tanto quanto meu peito
e as ceras estáticas
e os olhares satíricos
e as contas do terço
deslizando pelas mãos ocres
a guardar segredos podres
Eu confesso (a mim mesmo) e me calo
De culpa e ardor insano
Sinto que alma se eleva
Mas isso a doutrina me nega
Fecho meus olhos e vejo:
Teus olhos, tua boca, tuas mãos
Essa tríade tão profana
que me faz amá-la sobre todas as coisas.
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